quinta-feira, 28 de abril de 2011

Complicado ................

Pilotar uma moto não te credencia como motociclista


O ser motociclista.

            O que caracteriza  um motociclista? O que o define como tal?
          Não é raro encontrar textos com a descrição  de algumas características de um motociclista. Não é difícil encontrar criticas sobre comportamentos de motociclistas. Quem nos caracteriza ou critica ou tenta nos definir são motociclistas. Então não somos todos motociclistas? Mas quem é, então,  este ser motociclista? Quais as suas principais características? O que é, mesmo,  ser um motociclista?
                 Primeiro me pergunto se basta ter uma motocicleta de grande porte para me tornar um motociclista? Então apenas motos de grande portes fazem um motociclista? Um motoqueiro pode ser, também, um motociclista? Somente com uma moto posso ser considerado um motociclista? Ou será que é ter o “sangue sujo de óleo”? Seria o bastante para me fazer um motociclista? O que seria ter o “sangue sujo de óleo”?
                 O conceito de motociclista é segundo o Wikipédia, a modalidade esportiva que envolve o uso de motos  de diversas formas competitivas como moto velocidade, motocros e outras. Motociclista é o indivíduo que possui ou faz uso de moto para razões não profissionais. Pronto, lá se foi a questão da cilindrada. Posso ter uma motoneta, desde que não seja para uso comercial!
    Para Cícero Paes, um dos expoentes do motociclismo de turismo no Brasil,  (www.ciceropaes.com.br) o termo motociclista, genericamente, se enquadra a todos que andam de moto. É mais ou menos a definição do wikipedia!
                Motociclista deveria ser um indivíduo apaixonado por moto. Claro eu crio uma identidade. Eu e minha moto. Isso me corporifica. Entretanto se uso e não sou tão apaixonado deixo de ser um motociclista? Não porque preciso de um espelho. Alquem que possa certificar meu estado. É o papel do grupo. Sou motociclista por estar num grupo, numa tribo, é o grupo que me define, é o grupo que empresta características que me fazem  motociclista. É o grupo que me aceita e me permite usar suas características, sendo ou não um apaixonado. Isso importa? É aceitável?
tatoo
                Não importa a cilindrada de minha moto. Será que importa se tenho moto? Não, se for uma situação momentânea. Garupeiros e garupeiras também são motociclistas. Se sou aceito pelo grupo sou motociclista. O grupo  determina as regras, os costumes, e todo um arsenal de formas e feições.
                 O que parece existir são grupos de motociclistas dos mais variados. Claro que em comum temos características básicas, mas o motociclista de um grupo pode não ser completamente igual a outro de outro grupo. Vejamos então:
1.       Motociclista solitário – é aceito pelos grupos como tal, mas evita se unir a grupos específicos;
2.      Motociclista de clube – Une-se a outros com objetivos comuns e geralmente sociais entre os participantes;
3.      Amantes de moto velocidade – Geralmente tem motos possantes, de competição. Não gostam de se unir a clubes, mas estão sempre juntos nos eventos ou passeios;
4.      Motoqueiros – Tem a moto para o lazer e para o trabalho, geralmente de baixa cilindrada. São aceitos quando esta moto é usadas para o lazer, mas geralmente carregam consigo a conotação pejorativa de “motoqueiros” quando usam esta moto para o trabalho;
5.       Coxinhas – Usam a moto apenas nos finais de semana. Geralmente transportam as motos em reboques para grandes distâncias. Costuma aparecer nos eventos em suas motos e, por isso, são aceitos;
            Um grupo tem suas próprias características e suas próprias regras. O que pode ser aceito num grupo pode ser condenado noutro. O que um defende pode ser contestado por outro.  Internamente podem ocorrer, inclusive, contestação dentro do próprio grupo por ter em seus quadros motociclistas com características mais aceitáveis num e  noutro não. Conflitos são próprios de grupos.
            Um clube é uma entidade com objetivos sociais, seja em beneficio de seus componentes ou que extrapolem a eles. Um clube de motociclista deveria, então, ser composto apenas de motociclistas? Parece que não, pois o que vemos é que há grupos que aceitam pessoas que não carregam em si as características do ‘ser motociclista’ ou as perdem em sua vida clubística e mesmo assim continuam aceitos. Nestes casos o clube deixa ser moto clube ou clube de motociclistas? Sua legislação permanece, mas basta ver como seus elementos interagem para perceber esta mudança.
          clubes que aceitam componentes em seus quadros de pessoas que querem apenas usar suas vestimentas e que internalizam suas vontades, tornando-se fortes o suficiente para se manter nos quadros. Não extrapolam ou externalizam seus comportamentos, pois podem correr o risco da rejeição pela tribo. O grupo os aceitas, a tribo não. Decerto temos algo maior a tribo, um conjunto de pessoas, grupos, formas, feições e normas que nos caracteriza. O que pode ser aceito no grupo pode não ser aceito pela tribo.
         Muitos dos motos clubes gostam se auto definir estradeiros. Até o nome nos induz a isto quando na verdade sua concepção e seus objetivos nunca foram de ser estradeiros. Porque? Porque ser estradeiro me faz um motociclista. Estar num moto clube estradeiro me transfere a característica grupal, mesmo que eu nunca tenha andado mais que os dez quilômetros domingueiros que costumo fazer.
         Regras? Estão são mais difusas que as pessoas. O que é aceito num grupo é condenável noutro, vejamos os exemplos do motoqueiros. Quando usam a moto para o lazer, travestem-se do ser motociclista. Entretanto quando usam a moto para a profissão podem vir a praticar os mesmo atos que condenam quando travestidos de motociclistas. Claro que, infelizmente, a profissão  de motoboy ou motoqueiro carrega preconceitos, consequência da forma como pilotam suas motos.
         Os amantes da moto velocidade costumam cortas as estradas em velocidades acima dos duzentos quilômetros por hora, o que é condenável para amante das motos custom. Estes por sua vez criticam os motociclistas de moto de menor cilindradas.

         Fica, portanto, difícil definir o ser motociclista  por meio de características alusivas a um determinado grupo. Somos todos motociclistas: de custom, de competição, de trail, de CG, de touring e até de tricilo. Viram, até o momento eu não havia feito nennhuma moção ao triciclo. São eles motociclistas?
         Talvez a melhor tentativa ser se conceituar um motociclista seja o complemento do descrito por Cicero Paes. “o verdadeiro Motociclista vê sua moto como se fosse uma mulher, pela qual se apaixonou um dia. Nada o impede de se apaixonar várias vezes, até que um dia ele descobre que sua paixão não é “aquela moto”, é andar de moto.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Viajando Contra o SOL

Viajando contra o Sol


Em uma viagem, qualquer item que não seja pensado antecipadamente pode vir a ser um problema mais tarde. Certamente a experiência vai gradualmente diminuindo as possibilidades de incidentes e contra tempos.

Durante uma época da minha vida trabalhei em Nova Iguaçu no Rio de Janeiro. A firma disponibilizava ônibus para transporte e eu tinha oportunidade de ir apreciando a vista. Um fato que me chamou atenção foi a grande incidência de acidentes no início da Dutra, no sentido São Paulo - Rio.

Praticamente todo dia tinha uma colisão traseira. Um dia comentando com o motorista do nosso ônibus, descobri que o principal motivo era o sol que nascia exatamente na direção da pista e literalmente ofuscava a visão dos motoristas. O sol muito baixo não pode ser evitado com quebra sol ou viseira de um capacete.

Quando estamos programando uma viagem, é aconselhável evitarmos o sol nascente e o poente, ou na melhor hipótese estudar os mapas para verificar se estaremos nos colocando nesta situação no caso de uma viagem mais longa.

Óculos escuros podem ajudar mas devem ser encarados apenas como uma opção paliativa quando a viagem não pode esperar. O ideal é dar uma parada e esperar para prosseguir. Esta situação não deve se prolongar por mais de meia hora desde o ponto que o sol começa a incomodar, até a proteção do horizonte ou montanhas ao fundo.

Lembre-se que as dificuldades que temos com o sol no rosto são agravadas para os motoristas que normalmente não têm o pára-brisa tão limpo e pode estar imediatamente atrás de você.

As viseiras transparentes normalmente têm pequenos arranhões que atravessados pelo sol tornam-se verdadeiras estrelas de luz bem diante de seus olhos, neste caso é aconselhável abrir ou retira-la e usar um óculos escuro de preferência de boa marca e limpo (nunca viaje sem proteção para seus olhos).

Estes pequenos detalhes enfatizam a necessidade de se programar uma viagem, principalmente quando motociclistas com menos experiência acompanharão o grupo e a segurança deles depende de quem está liderando.

Continue "seguindo o sol", mas deixe ele ir um pouco a sua frente que você sempre vai chegar lá.

ANIVERSÁRIO DO TWISTER MC 2011